Lição 04: Deus é Triúno | 1° Trimestre de 2025 | EBD ADULTOS
Texto Áureo
“Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo.” (Mt 28.19)
Verdade Prátrica
Desde a eternidade Deus é Pai, Filho e Espirito Santo e essa verdade está em toda a Bíblia.
Leitura Biblica em Classe
Mateus 3.15-17; Mateus 28.19,20
Mateus 3
15 – Jesus, porém, respondendo, disse-lhe: Deixa por agora, porque assim nos convém cumprir toda a justiça. Então, ele o permitiu.
16 – E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre ele.
17 – E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo.
Mateus 28
19 – Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;
20 – ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos. Amém!
INTRODUÇÃO
O Novo Testamento mostra que os cristãos do período apostólico reconheciam o seu Deus como triúno sem precisar de formulação teológica, recurso a que a igreja mais tarde precisou recorrer para responder às ideias equivocadas sobre Deus. A Trindade é uma doutrina com sólidos fundamentos bíblicos e, mesmo sem conhecer essa terminologia, a “Trindade”, os cristãos do período apostólico reconheciam essa verdade.
I – COMO A BÍBLIA APRESENTA A SANTÍSSIMA TRINDADE
1. A Trindade e o monoteísmo judaico-cristão
O Deus de Israel, revelado nas Escrituras dos judeus é o mesmo Deus do NT.
‘Ouve, Israel, o Senhor , nosso Deus, é o único Senhor . ‘ Deuteronômio 6:4 ‘
Tu és o único, SENHOR! Tu fizeste o céu, o céu dos céus, e toda o seu exército; a terra e tudo quanto nela há; os mares e tudo quanto neles há; e tu vivificas a todos; os exércitos dos céus te adoram.
Neemias 9.6
E Jesus respondeu-lhe: O primeiro de todos os mandamentos é: Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. […] E o escriba lhe disse: Muito bem, Mestre, e com verdade disseste que há um só Deus e que não há outro além dele; ‘ Marcos 12:29,32
Detaque: É o Mesmo DEUS
a) Cada uma das três pessoas é Chamada ‘‘Deus’’.
A mesma Bíblia que ensina haver um só Deus, e que Deus é um só, ensina também que o Pai é Deus, o Filho é Deus e o Espírito Santo é Deus. O nome “Deus” se aplica ao Pai sozinho (Fp 2.11),
da mesma forma ao Filho (Cl 2.9) e ao Espírito Santo (At 5.3,4).
1 -‘e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai. ‘ Filipenses 2:11
2 – ‘porque nele [em Cristo] habita corporalmente toda a plenitude da divindade. ‘ Colossenses 2:9
3 – ‘Disse, então, Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo […] Não mentiste aos homens, mas a Deus. ‘ Atos 5:3-4
b) Cada uma das três pessoas é cada “Senhor”.
Isso também ocorre com o Tetragrama (as quatro consoantes do nome divino Yhwh), “Senhor”, pois aplica-se ao Pai sozinho (S1 110.1), ao Filho (Is 4.03; Mt 33), e ao Espírito Santo (Ez 8.1,3). No entanto, aplica-se à Trindade (Dt 6.4; Sl 83.18).
YHWH – usava-se o nome ADONAI
ADON – Mestre – Senhor – Soberano
BAAL – Senhor – Dono – Marido
A palavra grega kyrios – Senhor ou Mestre
‘Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha mão direita, até que ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés. ‘ Salmos 110:1
c) O Monoteísmo biblico não contradiz a Trindade
“Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor” (Dt 6.4). Essa é a confissão de fé no Judaísmo. A palavra hebraica ‘echad, traduzida como “único”, indica uma unidade composta, é o mesmo termo usado para afirmar que marido e mulher são ambos “uma só carne” (Gn 2.24). O termo ‘echad, em Deuteronômio 6.4, indica que o monoteísmo judaico-cristão não contradiz a Trindade.
Dt 6.4 É conhecido como a Confissão de Fé Judaica – Shemá
Shemá – significa: Ouve
DOIS PONTOS A DESTACAR AQUI:
*A palavra traduzida como “único” [em Dt 6.4], indica unidade composta.
* Mesmo termo para afirmar que marido e mulher são “uma só carne” (Gn 2.24).
Echad (אחד) e Yachid são palavras hebraicas que têm significados semelhantes, mas não idênticos. Echad significa “um” ou “unidade”, enquanto Yachid significa “o único” ou “sozinho”.
Uma laranja – Yachid
Um cacho de Uva – Echad – UNIDADE COMPOSTA
2. Evidência no Antigo Testamento.
Essa doutrina está implícita desde o Antigo Testamento, pois há declarações que indicam claramente a pluralidade na unidade de Deus: “E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança” (Gn 1.26); “disse o Senhor Deus: Eis que o homem é como um de nós” (Gn 3.22); “e o Senhor disse: … Eia, desçamos e confundamos ali a sua língua, para que não entenda um a língua do outro” (Gn 11.6,7). E, não para por aí, em Isaías 63.8-14, o Espírito Santo aparece alternadamente com Javé e com o “Anjo de sua face”.
Econtramos nesses textos a semente da doutrina da Trindade.
Gênesis 1:26 diz: “E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança”.
Colossenses 1:16
pois nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos ou soberanias, poderes ou autoridades; todas as coisas foram criadas por ele e para ele.
Gn 3.22 Então disse o Senhor Deus: Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal; ora, para que não estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma e viva eternamente,
Gn 11.7 Eia, desçamos e confundamos ali a sua língua, para que não entenda um a língua do outro.
Isaías 63.8 – O Anjo do Senhor é entendido como o próprio Deus, sendo a pessoa de Jesus antes da encarnação, na teologia é a Cristofania ( O Anjo )
Gn 16.10 – Disse-lhe mais o anjo do Senhor: Multiplicarei sobremaneira a tua descendência, que não será contada, por numerosa que será.
DESTAQUE AQUI: é essencial reconhecer o desenvolvimento progressivo da revelação divina.
Em Cristo temos a plene revelação da Divindade
NVT – Nova versao transformadora
Colossenses 2.17
Pois essas coisas são apenas sombras da realidade futura, e o próprio Cristo é essa realidade.
3. Revelada no Novo Testamento
a) A Trindade em si mesma.
A base bíblica da Trindade salta à vista de qualquer leitor do Novo Testamento a começar pela Grande Comissão (Mt 28.19), na distribuição dos dons espirituais (1 Co 12.4-6), na bênção apostólica, também conhecida como bênção trinitária (2 Co 13.13), na unidade da igreja (Ef 4.4-6), na obra da salvação (1 Pe 1.2). Além das inúmeras passagens tripartidas que revelam a Trindade (Fp 3.3).
‘Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ‘ Mateus 28:19
‘A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com vós todos. Amém!’ 2Coríntios 13:13
‘eleitos segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo: graça e paz vos sejam multiplicadas.
‘ 1Pedro 1:2 ‘Porque a circuncisão somos nós, que servimos a Deus no Espírito, e nos gloriamos em Jesus Cristo, e não confiamos na carne. ‘ Filipenses 3:3
Vemos nas Escrituras que O PAI E FILHO E O ESPIRITO SANTO são Iguais em:
Poder, Majestade e Glória
Da mesma Subistância, Co-iguais – Co-eternos
II – AS HERESIAS CONTRA A DOUTRINA DA TRINDADE
1. Unicismo.
Esse movimento desde a sua origem no século 3 é conhecido como monarquianismo, modalismo, patripassianismo e sabelianismo. Os principais heresiarcas representantes desse movimento foram Noeto, Práxeas e Sabélio. O Unicismo não nega a deidade absoluta do Filho e nem a do Espírito Santo, mas negam a Trindade, pois confundem as pessoas. A heresia consiste em negar a Trindade, pois ensina ser o Pai, o Filho e o Espírito Santo uma única pessoa e não três pessoas distintas em uma só divindade. A Bíblia ensina o monoteísmo, ou seja, a existência de um só e único Deus eternamente subsistente em três pessoas distintas (Mt 3.16,17; 1 Pe 1.2). É como afirma o nosso Cremos em nossa Declaração de Fé.
O unicismo foi condenado em vários concílios ao longo da história da Igreja Cristã.
1. **Concílio de Nicéia (325 d.C)**: Este concílio foi um marco na história do cristianismo, onde a doutrina da Trindade foi formalizada. A crença em um Deus em três pessoas (Paí, Filho e Espírito Santo) foi estabelecida como ortodoxa, e as visões que negavam essa doutrina, como o unicismo, foram rejeitadas.
2. *Concílio de Constantinopla (381 d.C)**: Este concílio reafirmou a posição trinitária, condenou heresias que negavam a divindade do Filho e do Espírito Santo, incluindo visões unicistas.
3. *Concílios posteriores**: e sínodos continuaram a reafirmar a doutrina da Trindade e a condenar o unicismo como heresia. Esses eventos históricos refletem a luta teológica dentro do cristianismo sobre a natureza de Deus e de Cristo. Portanto, enquanto o unicismo pode ser visto por alguns como uma interpretação válida das Escrituras, ele é amplamente considerado herético dentro das tradições que aceitam a doutrina da Trindade.
Tradições protestantes também consideram o unicismo como heresia.
1. *Doutrina da Trindade**: A maioria das denominações protestantes, como batistas, luteranos e presbiterianos, aceita a doutrina da Trindade. Para essas tradições, a crença em um Deus que se manifesta em três pessoas distintas é fundamental e essencial para a fé cristã.
2. *História do Protestantismo**: Desde a Reforma no século XVI, “os reformadores enfatizaram a importância da Trindade e rejeitaram diversas heresias que negavam essa doutrina. O unicismo, ao negar a distinção entre as pessoas da Trindade, não é compatível com as crenças centrais do protestantismo tradicional.
2. A verdade biblica.
Ninguém no mundo chega à conclusão unicista simplesmente pela leitura da Bíblia, pelo contrário, salta à vista de qualquer leitor a distinção dessas três pessoas da Trindade, a começar pelo batismo de Jesus (Mt 3.16). Diversas vezes Jesus deixou claro que Ele é uma Pessoa e o Pai outra (Jo 8.16,17; 17.3), embora sejam Eles o mesmo Deus (Jo 10.30). Com frequência, Ele se dirigia ao Pai como outra Pessoa (Mt 20.23; Mt 26.39, 42); também, nos seus discursos (Jo 5.1823; 8.19; 10.18; 11.41, 42); e, na oração sacerdotal em João 17. Trata-se de um relacionamento do tipo eu, tu, ele. Quando Jesus anuncia a vinda do Consolador, Ele emprega a terceira pessoa (Jo 14.16,26). A Bíblia ensina que Jesus é “o Filho do Pai” e não o próprio Pai (2 Jo 3). Isso significa que não pode ser o próprio Pai do mesmo Filho.
Jesus deixou claro que Ele é uma Pessoa e o Pai outra, embora sejam Eles o mesmo Deus.
‘E, se, na verdade, julgo, o meu juízo é verdadeiro, porque não sou eu só, mas eu e o Pai, que me enviou. E na vossa lei está também escrito que o testemunho de dois homens é verdadeiro.‘ João 8:16,17
‘Eu e o Pai somos um. ‘ João 10:30
Ele se dirigia ao Pai como outra Pessoa.
‘E, indo segunda vez, orou, dizendo: Meu Pai, se este cálice não pode passar de mim sem eu o beber, faça-se a tua vontade. ‘ Mateus 26:42
Quando Jesus anuncia o Consolador, Ele emprega a terceira pessoa.
‘E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre, […] Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome[…].’ João 14:16,26
“As Pessoas da Trindade têm vontades separadas, porém nunca conflitantes (Lc 22.42; 1Co 12.11). O Pai fala ao Filho, empregando o pronome da segunda pessoa do singular: ‘Tu és meu Filho amado; em ti me tenho comprazido’ (Lc 3.22). Declara que veio ‘não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou’ (Jo 6.38).” Stanley Horton
III – UNICISMO: UMA HERESIA ANTIGA NA ATUALIDADE
1. O problema.
Na atualidade, existem alguns movimentos evangélicos pentecostais que são unicistas e ensinam a respeito de um Deus diferente. De forma sutil e por meio da música, esses unicistas ensinam esse desvio doutrinário sobre Deus. Isso não é um mero jogo de palavras. Jesus disse que a vida eterna implica esta distinção: “E a vida eterna é esta: que conheçam a ti só por único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (Jo 17.3). Essa passagem mostra que a salvação envolve duas pessoas distintas e que esse conhecimento não é cognoscível, mas místico, espiritual, que implica comunhão, fé, obediência, adoração. Conhecer a Deus é o mesmo que conhecer a Cristo, em virtude da unidade de natureza do Pai e do Filho (Jo 1030). Jesus disse que ninguém conhece 0 Filho sem 0 Pai e vice-versa (Mt 11.27).
Jesus disse que a vida eterna implica esta distinção:
‘E a vida eterna é esta: que conheçam a ti só por único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem enviaste. ‘ João 17:3
Igrejas UNICISTAS:
Voz da Verdade
O Tabernáculo da Fé
Igreja Local
Movimento Árvore da vida
Testemunhas de Yoshua
Igreja pentecostal unidade do Brasil
Igreja pentecostal apostólica do Brasil
Ministério da unicidade
Assembleia do nome de Jesus Cristo
Entre outras…
2. Uma reflexão bíblica.
O que dizer de pessoas convertidas por meio do ministério dessas músicas unicistas? O poder é da Palavra, e não do tal movimento, a Palavra de Deus é a semente, mesmo sendo semeada por mãos enfermas e infeccionadas, a semente vai germinar. Jesus falou sobre isso no Sermão do Monte (Mt 7.21-23). Alguns podem dizer que se sentem bem ao ouvir tais músicas. Assim, convém lembrar que ninguém está autorizado a fundar doutrinas com base em experiências humanas. As emoções caíram com a natureza humana no Éden (Jr 17.9), e não servem como instrumento aferidor da doutrina. A Bíblia é a única fonte de doutrina e não as nossas emoções, pois somos norteados pela Palavra na direção do Espírito (2 Pe 1.19; Jo 16.13).
– Martinho Lutero (1483-1546) considerava a música um instrumento essencial de louvor e um componente fundamental da vida espiritual e intelectual.
De fato, muita coisa contrária a nossa sã doutrina e outros modismos tem entrado em nosso meio através da música. Por essa razão, o devido cuidado com as letras que estamos trazendo para o nosso momento de louvor.
Nos alimentamos daquilo que:
VEMOS e OUVIMOS
Jó 34:3-4 diz: “O ouvido prova as palavras que ouve, assim como a boca distingue os alimentos. Portanto, discirnamos entre nós mesmos o que é certo; aprendamos juntos o que é bom”
3. A posição oficial.
O Unicismo é condenado na Bíblia, considerado heresia pelas igrejas desde a sua origem e rejeitado pelos principais ramos do cristianismo e pela nossa Declaração de Fé (III.2). Temos um manifesto oficial contra o Unicismo e o uso de músicas de grupos unicistas em nossas igrejas. A maioria de nossa liderança tem se posicionado contra essa heresia. A importância dessa decisão é para evitar que se adore a outro Jesus, um Jesus falso, diferente do revelado no Novo Testamento (2 Co 11.4). Mas devemos destacar que não somos contra os unicistas, mas contra o unicismo, a doutrina desviante. Devemos manter contato respeitoso no nosso dia a dia com essas pessoas, embora discordando de suas crenças com mansidão (2 Jo 10,11).
Manifesto contra o Unicismo
Maio 17, 2023
O documento foi aprovado durante a 46ª AGO da entidade realizada em Novo Hamburgo (RS)
https://cgadb.org.br/manifesto-contra-o-unicismo/
CONCLUSÃO
Ex positis e lastreados nos argumentos supra expostos, mais uma vez fazendo frisar que o presente manifesto não se destina a fins acadêmicos e não se valeu propositalmente de tal linguagem ou forma de escrita, o Conselho de Doutrina bem como a Comissão Apologética da CGADB reafirmam seu alinhamento ao entendimento trinitário das Assembleias de Deus, enfatizando a necessidade do não uso das músicas unicistas e da não circulação de suas publicações nas Assembleias de Deus dos grupos religiosos acima mencionados bem como de outros não citados no presente documento.
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