Lição 08: JESUS VIVEU A EXPERIÊNCIA HUMANA | 1° Trimestre de 2025 | EBD ADULTOS
TEXTO AUREO
“E percorria Jesus toda a Galileia, ensinando nas suas sinagogas, e pregando o evangelho do Reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo.” (Mt 4.23)
VERDADE PRÁTICA
O Senhor Jesus Cristo teve vida social — amigos, parentes —, interagia com as pessoas, e era conhecido dos vizinhos e moradores de Nazaré, onde fora criado.
A vida social de Jesus refere-se às interações e relacionamentos que ele teve durante seu tempo na Terra. Isso inclui sua convivência com discípulos, amigos, seguidores, líderes religiosos e até mesmo com pessoas marginalizadas pela sociedade.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
João 1
43 – No dia seguinte, quis Jesus ir à Galileia, e achou a Filipe, e disse-lhe: Segue-me.
44 – E Filipe era de Betsaida, cidade de André e de Pedro.
45 – Filipe achou Natanael e disse-lhe: Havemos achado aquele de quem Moisés
escreveu na Lei e de quem escreveram os Profetas: Jesus de Nazaré, filho de José.
46 – Disse-lhe Natanael: Pode vir alguma coisa boa de Nazaré? Disse-lhe Filipe: Vem e vê.
47 – Jesus viu Natanael vir ter com ele e disse dele: Eis aqui um verdadeiro israelita,
em quem não há dolo.
48 – Disse-lhe Natanael: De onde me conheces tu? Jesus respondeu e disse-lhe: Antes que Filipe te chamasse, te vi eu estando tu debaixo da figueira.
49 – Natanael respondeu e disse-lhe: Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel.
50 – Jesus respondeu e disse-lhe: Porque te disse: vi-te debaixo da figueira, crês?
Coisas maiores do que estas verás.
51 – £ disse-lhe: Na verdade, na verdade vos digo que, daqui em diante, vereis o
céu aberto e os anjos de Deus subirem e descerem sobre o Filho do Homem.
Mateus 26
37 – E, levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se muito.
38 – Então, lhes disse: A minha alma está cheia de tristeza até à morte; ficai aqui e vigiai comigo.
42 – E, indo segunda vez, orou, dizendo: Meu Pai, se este cálice não pode passar de mim sem eu o beber, faça-se a tua vontade
INTRODUÇÃO
O Senhor Jesus não viveu como anacoreta, ou seja, como monge ou eremita em retiro solitariamente, isolado da sociedade, e nem ensinou essa prática aos seus discípulos. Pelo contrário, a narrativa bíblica descreve que Ele teve vida social e religiosa. A presente lição pretende mostrar alguns aspectos da experiência humana de Cristo.
A encarnação de Jesus Cristo é um dos mistérios mais profundos da fé cristã. O Verbo eterno de Deus tornou-se carne, assumindo a natureza humana em sua totalidade. Essa realidade não apenas cumpriu as profecias messiânicas, mas também revelou o imenso amor de Deus pela humanidade. Ao viver a experiência humana, Jesus identificou-se conosco em nossas fraquezas e limitações, tornando-se o mediador perfeito entre Deus e os homens. Ele passou pelas etapas normais de crescimento humano, conforme descrito em Lucas 2.52: “E crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens”. Isso indica que Ele experimentou o desenvolvimento físico, intelectual, social e espiritual, assim como qualquer ser humano.
I – A EXPERIÊNCIA HUMANA NO MINISTÉRIO DE JESUS
- Os debates com as autoridades religiosas.
Os principais opositores de Jesus foram os fariseus, os saduceus e os herodianos. Esses debates revelam o ensino de Jesus sobre a ética, os princípios morais e as responsabilidades civis que temos.
a) Os Fariseus. O nome vem do hebraico prushim que significa “separados”, porque não concordavam com os saduceus. De fendiam a tradição acima das Escrituras (Mt 15.3, 6) e a separação do Estado da religião. Eram membros do sinédrio e tornaram-se alvo das críticas de Jesus (Mt 22.15). O apóstolo Paulo declara que o grupo dos fariseus, ao qual pertencia antes de sua conversão, era a mais severa seita do judaísmo (At 26.5; G11.14; Fp 3.5).
Os fariseus eram uma seita religiosa influente dentro do judaísmo na época de Cristo e da igreja primitiva. Eles eram conhecidos por sua ênfase na piedade pessoal (a palavra fariseu vem de uma palavra hebraica que significa “separado”), na sua aceitação da tradição oral em adição à Lei escrita e no seu ensino de que todos os judeus deveriam observar todas as mais de 600 leis na Torá, incluindo os rituais relativos à purificação cerimonial.
Os fariseus eram em sua maioria homens de negócios de classe média e líderes das sinagogas. Embora fossem uma minoria no Sinédrio e ocupassem um número minoritário de cargos como sacerdotes, pareciam controlar a tomada de decisões do Sinédrio porque tinham apoio popular. Entre os fariseus havia duas escolas de pensamento, baseadas nos ensinamentos de dois rabinos, Shamai e Hillel. Shamai exigia uma interpretação estrita e inflexível da Lei em quase todas as questões, mas Hillel ensinava uma aplicação mais flexível e liberal. Os seguidores de Shamai nutriam ódio por qualquer coisa romana, incluindo impostos — os judeus que serviam como cobradores de impostos eram persona non grata. Os shamaítas queriam proibir toda comunicação e comércio entre judeus e gentios.
Os hillelitas adotaram uma abordagem mais graciosa e se opuseram a tal exclusividade extrema. Por fim, as duas escolas dentro do farisaísmo tornaram-se tão hostis uma à outra que se recusaram a adorar juntas. Os fariseus aceitaram a Palavra escrita como inspirada por Deus. Na época do ministério terreno de Cristo, isso teria sido o que hoje chamamos de Antigo Testamento. Infelizmente, os fariseus deram igual autoridade à tradição oral, dizendo que as tradições remontavam a Moisés. Evoluindo ao longo dos séculos, as tradições farisaicas tiveram o efeito de acrescentar à Palavra de Deus o que é proibido (Deuteronômio 4:2). Os Evangelhos estão repletos de exemplos de fariseus tratando suas tradições como iguais à Palavra de Deus (Mateus 9:14; 15:1–9; 23:5; 23:16, 23; Lucas 11:42). Jesus aplicou a condenação de Isaías 29:13 aos fariseus, dizendo: “E em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens” (Marcos 7:7).
b) Os Saduceus. O nome vem de Zadoque, família que detinha o cargo de Sumo Sacerdote desde Salomão (lRs 2.35) até pouco antes do surgimento desses grupos. Eram, como os fariseus, uma facção dentro do judaísmo (At 5.17), alegavam aceitar apenas os cinco livros de Moisés, o Pentateuco, com certa reserva, pois não acreditavam em anjos, espíritos e nem na ressurreição (At23.8) e rejeitavam os demais livros do Antigo Testamento. Muitos deles eram sacerdotes, e exerciam fortes influências no sinédrio. Eram inimigos mortais de Jesus. Uniram-se aos fariseus, superando todos os obstáculos ideológicos a fim de somar as forças e matarem a Jesus.
Durante a época de Cristo e a era do Novo Testamento, os saduceus eram um grupo político-religioso que detinha muito poder entre os judeus em Israel. Os saduceus confrontaram Jesus ocasionalmente, tentando enganá-lo (Mateus 16:1; Marcos 12:18), e mais tarde se opuseram à pregação dos apóstolos (Atos 4:1–2). Os saduceus, às vezes historicamente chamados de “Zadoquitas” ou “Tzedukim”, são considerados por alguns como tendo sido fundados por um homem chamado Zadoque (ou Tsadok) no século II a.C. Outra escola de pensamento é que a palavra saduceu está relacionada à palavra hebraica sadaq (“ser justo”). Os saduceus eram uma classe aristocrática ligada a tudo o que acontecia no templo em Jerusalém. Eles tendiam a ser ricos e ocupavam cargos poderosos, incluindo o de chefe dos sacerdotes e de sumo sacerdotes, e detinham a maioria dos 70 assentos do conselho governante chamado Sinédrio. Os saduceus trabalhavam arduamente para manter a paz ao concordarem com as decisões de Roma (na época Israel estava sob controle romano), e pareciam estar mais preocupados com a política do que com a religião. Por se acomodarem a Roma e pertencerem à classe alta rica, não se relacionavam bem com o homem comum, nem o homem comum os tinha em alta opinião. Os plebeus se relacionavam melhor com os que pertenciam ao partido dos fariseus. Embora os saduceus ocupassem a maioria dos assentos no Sinédrio, a história indica que na maior parte do tempo eles tiveram que concordar com as ideias da minoria farisaica, porque os fariseus eram mais populares entre as massas. Nem todos os sacerdotes eram saduceus, mas muitos deles eram. Os saduceus preservaram a autoridade da Palavra escrita de Deus, especialmente os livros de Moisés (Gênesis a Deuteronômio). Embora pudessem ser elogiados por isso, definitivamente não eram perfeitos em seus pontos de vista doutrinários.
c) Os Herodianos. Eram os apoiadores da dinastia de Herodes, uma espécie de marqueteiros, buscando convencer o povo para impedir um governo direto de Roma. Foram instituídos com interesses nacionalistas e eram a favor dos impostos. O discurso de Jesus também os incomodava. Formaram conselho com os fariseus com o propósito de matar Jesus e, assim, livrar-se dEle (Mc 3.6). Estavam associados aos fariseus na questão do tributo (Mt 22.16; Mc 12.13).
Na época de Jesus, havia certos grupos – os fariseus, os herodianos e os saduceus – que ocupavam posições de autoridade e poder sobre as pessoas. Outros grupos eram o Sinédrio, os escribas e os advogados. Cada um desses grupos detinha poder em questões religiosas ou políticas. Os herodianos detinham poder político, e a maioria dos estudiosos acredita que eles eram um partido político que apoiava o rei Herodes Antipas, governante do Império Romano sobre grande parte da terra dos judeus de 4 a.C. a 39 d.C.
Os herodianos favoreciam a submissão aos Herodes e, portanto, a Roma, por conveniência política. Esse apoio a Herodes comprometeu a independência judaica na mente dos fariseus, tornando difícil para os herodianos e fariseus se unirem e concordarem em qualquer coisa. Mas uma coisa de fato os unia: a oposição a Jesus. O próprio Herodes queria a morte de Jesus (Lucas 13:31), e os fariseus já haviam arquitetado conspirações contra Ele (João 11:53), por isso uniram esforços para alcançar seu objetivo comum. A primeira aparição dos herodianos nas Escrituras é em Marcos 3:6: “Mas, assim que saíram dali, os fariseus conspiraram com os herodianos contra ele, a fim de o matar.” Jesus estava fazendo milagres, o que fez com que algumas pessoas acreditassem nEle para a salvação, e isso ameaçou o poder e a posição dos fariseus, dos saduceus e dos herodianos.
Os herodianos novamente se juntaram aos fariseus para desafiar Jesus, para ver se conseguiriam prendê-lo em Suas palavras por meio de uma pergunta capciosa, para desacreditá-Lo ou fazer com que Ele parasse de pregar (Mateus 22:16). Jesus considerou os dois grupos como uma unidade contra Ele e advertiu Seus seguidores: “Atenção, guardai-vos do fermento dos fariseus e do fermento de Herodes” (Marcos 8:15). Fermento, nesse contexto, é o falso ensino, a rejeição de Jesus como o Messias e a hipocrisia. Muitos estudiosos acreditam que os herodianos viam Herodes como um messias, uma espécie de salvador que colocaria a terra judaica em favor do Império Romano e traria bênçãos para eles. A apresentação de Jesus como o Messias foi uma ameaça à tentativa dos herodianos de fazer de Herodes o poder político influente na terra. No futuro, a Bíblia nos diz que muitos serão enganados pelo anticristo e verão o anticristo como um “messias”. Ele será um líder político, bem como um falso líder religioso, e prometerá paz e prosperidade por meio de seus programas políticos.
Na época de Jesus, os herodianos também se concentravam em objetivos políticos em vez dos objetivos eternos que Jesus proclamava. Eles achavam que Herodes poderia trazer uma paz temporária do ponto de vista político. Mas Jesus veio para nos trazer a salvação eterna, morrendo na cruz para pagar pelos nossos pecados. A lição que aprendemos com o erro dos herodianos é que não devemos confiar no homem, como eles confiaram em Herodes (Salmo 118:8). Devemos depositar nossa confiança no Senhor Jesus e permitir que Sua vontade seja feita em nossa vida e na Terra.
- A vida social e religiosa de Jesus.
O Mestre participava de uma vida social intensa. A escolha dos seus discípulos como Filipe, André, Pedro e Natanael aconteceu num ambiente entre amigos (Jo 1.43-46). Os dois primeiros capítulos de Lucas apresentam um começo muito humano de Cristo, apresentando amigos, vizinhos, parentes, como Zacarias, Isabel. Os “filhos de Zebedeu”, João e Tiago (Mt 26.37), eram primos de Jesus; Zebedeu era um pescador da Galileia (Mc 1.19, 20) e marido de Salomé (Mt 27.56; Mc 15.40), irmã de Maria, mãe de Jesus (Jo 19.25). Lucas descreve o desenvolvimento físico e mental de Jesus que crescia em estatura e em sabedoria (Lc 2.40, 52). Ele interagia com as pessoas independentemente de sua condição social e espiritual, “publicanos e pecadores” (Mt 9.10,11), “fariseus” e “ a mulher pecadora” (Lc 7.37-39) e a mulher samaritana (Jo 4.9-15).
O Senhor Jesus é apresentado nos evangelhos como alguém que era natural na comunidade de seu povo, e não como um estrangeiro. Sua maneira de viver e os seus ensinos refletem a cultura judaica (Lc 4.22-24). O crescimento de Jesus reflete sua plena identificação com a condição humana. Ele não apenas apareceu como homem adulto, mas submeteu-se às limitações e processos naturais da vida humana. Isso inclui aprender a falar, andar, ler as Escrituras e interagir com a sociedade de sua época. Sua infância e adolescência foram marcadas por uma vida comum, permitindo-lhe compreender profundamente as experiências e desafios que enfrentamos desde a tenra idade.
Os moradores de Nazaré, admirados com o que viam, perguntaram logo: “Não é este 0 carpinteiro, filho de Maria e irmão de Tiago, e de José, e de Judas, e de Simão? E não estão aqui conosco suas irmãs? E escandalizavam-se nele” (Mc 6.3). Ora, tal atitude do povo não se justificaria se Jesus fosse uma metamorfose de alguma divindade, como era comum na mitologia greco-romana. Os três países, fora de Israel, que o Senhor Jesus visitou foram Egito (Mt 2.14,15), Líbano, as antigas cidades de Tiro e Sidom, na Fenícia (Mt 15.21) e Jordânia (Jo 1.28). As experiências de Jesus como homem são manifestas nos evangelhos pela interação com as pessoas e autoridades religiosas, como sua participação das reuniões nas sinagogas e no templo (Jo 18.20). Marcos dá a entender que Jesus pregou em todas as sinagogas da Galileia (Mc 1.39). Os evangelhos mostram Jesus ensinando na sinagoga de Nazaré (Lc 4.16-20) e de Cafarnaum (Jo 6.59) e no templo de Jerusalém (Jo 7.14).
- Características próprias do ser humano.
Jesus nasceu de uma mulher, embora gerado pela ação sobrenatural do Espírito Santo. Seu nascimento, contudo, foi normal e comum como o de qualquer bebê (Lc 2.6-7). Ele sofreu, chorou e sentiu angústia (Hb 13.12; Lc 19.41; Mt 26.37); sentiu sono, fome, sede e cansaço (Mt 8.24; Jo 4.6; 19.28); Jesus morreu. A diferença é que, não ficou morto como qualquer pessoa, mas ressuscitou ao terceiro dia, passando pelo ardor da morte (1 Co 15.3-4). Ainda como homem, Ele dependia tanto da oração como também do Espírito Santo (Lc 4.1, 14; 5.16; 6.12). O Senhor Jesus Cristo, em sua experiência humana, participou de nossa fraqueza física e emocional, mas não de nossa fraqueza
moral e espiritual (Jo 8.46; Hb 4.15).
II – HERESIAS QUE NEGAM A HUMANIDADE DE JESUS
l. Apolinarismo. Apolinário foi bispo de Laodiceia, nasceu provavelmente em 310 d.C. e morreu em 392. O Apolinarismo é a doutrina que nega que Jesus encarnado teve espírito humano. Usando a linguagem teológica de Apolinário, os elementos constitutivos do ser humano são sõma, “carne ou corpo”; a psychê,
“ alma animal”, a sede dos desejos, paixões, apetites; e, pneuma, “alma racional”. Em relação a Jesus, dizia que Ele possuía um sõma humano e uma psychê humana, mas não um pneuma humano. Segundo Apolinário, o Verbo (Jo 1.1,14) teria ocupado o lugar da alma na encarnação, com isso negando que
Jesus tivesse espírito humano.
O apolinarismo (ou apolinarianismo) foi uma heresia cristã do século IV que atormentou a igreja primitiva e que negava a plena humanidade e perfeição de Jesus Cristo. Seu nome vem de Apolinário, o Jovem, que era bispo da igreja de Laodicéia e que originou o ensinamento por volta de 361 d.C. O apolinarismo foi rejeitado em vários concílios da igreja primitiva, incluindo o Primeiro Concílio de Constantinopla em 381.
O apolinarismo ensinava que as duas naturezas de Jesus, humana e divina, não podiam coexistir na mesma pessoa. De acordo com Apolinário, como Jesus era humano, Ele deve ter pecado, e uma natureza pecaminosa não poderia compartilhar o mesmo corpo com a natureza divina. Para superar esse “problema” em Jesus, o Logos de Deus veio sobre Jesus, substituindo a Sua mente humana ou natureza racional pela de Deus e superando a pecaminosidade inerente à humanidade de Jesus. Assim, o Logos tornou-se a natureza divina de Cristo, em oposição à natureza humana de Jesus. Apolinário acreditava que Jesus tinha um corpo e uma alma humanos, mas a mente de Jesus foi substituída pelo Logos. Ele imaginava Cristo como um “meio-termo” entre Deus e o homem, assim como uma mula é um meio-termo entre um cavalo e um burro ou o cinza é um meio-termo entre o preto e o branco. A mistura resultante de divino e humano, de acordo com o apolinarismo, não era nem totalmente divina nem totalmente humana. O apolinarismo negou a verdade bíblica de que Jesus Cristo tem duas naturezas distintas (humana e divina) unidas em uma única pessoa. Chamamos essa união da divindade e da humanidade sem pecado de união hipostática.
A Bíblia ensina que Jesus Cristo é 100% Deus e 100% homem, o Filho de Deus e o Filho do Homem, ao mesmo tempo. O apolinarismo cancela a expiação que Cristo realizou por nós na cruz. Em Sua posição divina como Filho de Deus, Jesus foi capaz de oferecer um sacrifício santo e aceitável ao Pai; em Sua posição humana como Filho do Homem, Jesus foi capaz de morrer em favor do homem. Se Jesus fosse imperfeito, Ele não poderia ter sido “um cordeiro sem mancha nem defeito” (1 Pedro 1:19). Se Jesus não fosse verdadeiramente humano, em todos os sentidos da palavra, então Ele não poderia ter sido um verdadeiro Substituto para nós. Jesus Cristo, o homem, é o “único mediador entre Deus e os homens” (1 Timóteo 2:5). O apolinarismo é refutado por muitas passagens das Escrituras que ensinam que Jesus era realmente um ser humano. “O Verbo se fez carne e habitou entre nós” (João 1:14). “Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade” (Colossenses 2:9).
O apóstolo João advertiu a igreja primitiva sobre heresias como o apolinarismo: “Porque muitos enganadores têm saído mundo afora” (2 João 1:7). Esses enganadores, disse João, estavam espalhando a doutrina do anticristo (versículo 7; cf. 1 João 4:1-3). Apolinário era um desses enganadores e foi para o túmulo agarrado à sua heresia. O apolinarismo, assim como o docetismo, que também negava a verdadeira humanidade de Cristo, deve ser rejeitado porque é uma visão antibíblica da natureza de Jesus, diminui a Sua santidade e reduz a suficiência de Sua expiação..
Reação da igreja. A humanida de plena de Jesus está clara no Novo
Testamento, que fala do corpo físico de Cristo (Lc 24.36-40; Jo 2.21; Hb 10.10) e também da alma e do espírito (Mt 26.38; Lc 23.46). Essa humanidade de Jesus é igual à nossa (Hb 2.14,17 — NTLH). A diferença é a sua impecabilidade. De modo que Ele é o verdadeiro homem (1 Tm 2.5). O Apolinarianismo foi declarado heresia no Concilio da Calcedônia em 451.
Essa doutrina contraria a ortodoxia cristã, pois a Bíblia afirma que o Senhor Jesus é o verdadeiro homem (1 Tm 2.5) e o texto de Hebreus 2.14, 17,18 declara que a humanidade de Jesus é igual à nossa, a diferença é a sua impecabilidade. A humanidade plena de Jesus está clara no Novo Testamento, que fala do corpo físico de Cristo (Lc 24.36-40; Jo 2.21; Hb 10.10) e também da alma e espírito (Mt 26.38; Lc 23.46). O apolinarianismo foi condenado pelo Sínodo de Alexandria em 378, depois rejeitado pelo Concilio de Constantinopla em 381108 e, finalmente, declarado heresia no Concilio da Calcedônia em 451.
Monotelismo. É a doutrina cristológica do patriarca Sérgio de Constantinopla, que ensinava haver em Cristo uma só vontade. O termo vem de duas palavras gregas, monos, único”, e thelèma, “vontade, desejo”. Era uma tentativa de conciliar a teologia monofisita com o Credo de Calcedônia, que reafirmava as duas naturezas intactas, separadas e inconfundíveis em uma só pessoa, em Jesus. O Terceiro Concilio de Constantinopla em 681 considerou o monotelismo heresia. Reconhecemos as vontades de
Cristo (Mc 14.36). É evidente que as ações de Cristo como caminhar, comer, beber, interagir com as pessoas são puramente humanas, mas são produzidas pela natureza humana sob a direção divina. Ao
perdoar pecados, era a manifestação da vontade de Cristo na natureza divina (Lc 5.20-22). Sofrônio, patriarca de Jerusalém, em 633, refutou 0 monotelismo dizendo que existe em Jesus duas vontades sendo
a humana submissa à divina.
Não confundir com o termo teológico “monoteísmo”. É a doutrina cristológica do patriarca Sérgio de Constantinopla, que ensinava que Cristo possuía uma só vontade, essa doutrina se chama “monotelismo”. O monotelismo foi uma heresia surgida no cristianismo. Opôs-se ao nestorianismo (que afirmava haver em Jesus Cristo duas pessoas, a divina e a humana, o que foi condenado pelo Concílio de Éfeso, em 431). O Terceiro Concílio de Constantinopla: condenou o monotelismo doutrina ensinada por Sérgio (?-638), patriarca de Constantinopla, que defendia que, apesar de Cristo ter duas naturezas, divina e humana, o mesmo tinha apenas uma vontade, a divina (GONZÁLEZ, 2011, p. 289).
III – COMO ESSAS HERESIAS SE APRESENTAM NOS DIAS ATUAIS
Quais países Jesus visitou quando esteve entre nós?
Podemos afirmar que Jesus visitou, durante sua vida terrena, três países, Egito (Mt 2.14-15), Israel, 0 centro de suas atividades, e Fenícia, atual Líbano. Mas, não faltam crenças bizarras sobre a vida de Jesus. Não somente 0 Movimento Nova Era, mas vários grupos ocultistas costumam ensinar que Jesus esteve na índia, e os mórmons declaram que Ele esteve nos Estados Unidos. A Bíblia, porém, nada disso menciona e ensina-nos a rejeitarmos as fábulas (1 Tm 4.7). Os Evangelhos não mostram um Jesus estranho em sua comunidade e muito menos um forasteiro (Mt 13.55- 57; Jo 7.15, 27, 41, 42).
Não há provas concretas de que Jesus tenha visitado outros países além da Palestina e Fenícia, locais onde desenvolveu seu ministério. Sua ida ao Egito se deu quando ainda bebê, se é que assim pode-se considerar Jesus visitando outra nação. Movimentos modernos tentam esdruxulamente afirmar que Jesus tenha visitado a Índia, o Tibete, a China, a Pérsia (atual Irã) e países vizinhos. Outras teorias defendem que Jesus visitou a Grã-Bretanha para aprender sobre espiritualidade e filosofia. Algumas tradições sugerem que Jesus passou algum tempo na Índia, onde estudou as escrituras hindus e budistas. outros ainda, dizem que veio às Américas após a ressurreição!
Jesus era visto como alguém da comunidade.
Essa invenção desses esotéricos contraria o relato dos Evangelhos (Lc 4.22-24), onde 0 Senhor Jesus é apresentado como alguém que era natural na comunidade de seu povo, Israel, e não como um estrangeiro. Sua maneira de viver e 0 seus ensinos refle tem a cultura judaica, e nada há que se pareça com a cultura hindu: “Não é este 0 carpinteiro, filho de Maria e irmão de Tiago, e de José, e de Judas, e de Simão? E não estão aqui conosco suas irmãs? E escandalizavam-se nele” (Mc 6.2,3). Ora, tal atitude do povo não se justificaria se Jesus fosse um recém-chegado da índia.
Jesus de Nazaré foi um judeu que viveu há cerca de 2000 anos na Terra de Israel. Essa afirmação, talvez prosaica, não aponta apenas para a humanidade de Jesus, condição humana comum a todos os homens, mas também para a sua dimensão cultural de judeu, isto é, para o aspecto de proximidade e intimidade de Jesus com outros judeus de hoje ou do passado. Os grupos religiosos heterodoxos são mais propensos em negar a divindade de Cristo do que a sua humanidade, como as religiões e grupos orientais, as testemunhas de Jeová, os muçulmanos, os cristadelfianos, os grupos espíritas, a Igreja da Unificação do reverendo Moon entre outros. Eles reconhecem o Jesus homem, mas negam a sua divindade.
CONCLUSÃO
É nosso compromisso seguir o exemplo de Jesus no relacionamento com as pessoas. É importante que nunca nos esqueçamos os pontos essenciais da presente lição sobre a verdadeira identidade do Senhor Jesus. Ele é o Deus verdadeiro em toda a sua plenitude igual ao Pai. E como homem, em toda a sua plenitude, viveu e andou entre nós, seres humanos.
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